quarta-feira, 6 de março de 2019

O QUE OU QUEM É VOCÊ?

Caro leitor, a cada dia que passa é possível constatar – através da observação feita acerca das linguagens apresentadas, seja por meio oral, escrito e/ou sinal/símbolo – que muitos indivíduos ainda não compreendem, aceitam ou não tem certeza com relação a resposta da seguinte pergunta: “O que/quem é você?”

E muitas vezes, mesmo sem a certeza da resposta, muitos cometem um erro grave ao julgar o outro no sentido de sentença pós morte física ao invés de julgar (analisar; observar; examinar) o outro e, maiormente a si próprio, a fim de compreender, aprender e até mesmo aperfeiçoar o próprio caráter, moral, conduta, nível de entendimento espiritual, etc. Além do mais, por falta de um bom discernimento, muitos acabam construindo/definindo uma identidade para outros e até mesmo para si mesmo a partir da análise de um comportamento que, como qualquer outro, é mutável.

A propósito, lembro do seguinte trecho de Eckhart Tolle, autor do livro “O Poder do Silêncio”: “Deixar de julgar não significa deixar de ver o que as pessoas fazem. Significa que você reconhece seus comportamentos como uma forma de condicionamento que você vê e aceita tal como é. Não é a partir desses comportamentos que você constrói uma identidade para as pessoas”.

A falta de Ciência acerca da Palavra Divina faz com que muitos indivíduos não compreendam o que significa os termos “não julgar” e “julgar”; e nisso muitos tropeçam e até mesmo agem de forma negligente diante de fatores negativos que poderiam ser evitados se o sujeito tivesse exercido o julgamento.

Antes de falar um pouco a respeito da identidade e comportamento, já que estes são o foco desta postagem; gostaria de deixar em evidência o que significa a expressão “não julgar” e “julgar”.

1. NÃO JULGAR: Diversos livros considerados sagrados nos orientam a “não julgar o semelhante”; aliás, o próprio Mestre foi bem claro quando disse: “Não julgueis para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mateus 7:1-2). Contudo, também há diversas passagens que nos instruem a julgar aquilo que se faz presente, e o próprio Mentor foi claro quando também disse: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a Reta Justiça” (João 7:24); “Não cometais o erro de estimar o valor da alma pelas imperfeições da mente, nem pelos apetites do corpo. Não deveis julgar a alma, nem avaliar o seu destino pelo padrão de um único episódio humano infeliz. O vosso destino espiritual é condicionado apenas pelas vossas aspirações e propósitos espirituais” (Urântia – Doc. 156: Seção 5).

Em vista dessas informações, na verdade, quando nos é ensinado a “não julgar”, quer dizer que nenhum ser humano tem o direito de estimar tanto o valor de uma alma, quanto seu destino pós morte física (troca de roupa) com base em um padrão ou comportamento exterior; pois além do valor de uma alma ser incalculável, seu destino tem a ver apenas com a própria aspiração espiritual e com o julgamento do Justo Juiz que analisa/julga cada um de nós maiormente pelas nossas intenções, afinal, o Mestre também foi claro quando disse: “Vós apenas podeis julgar os vossos companheiros pelos atos deles; o Pai, que está nos Céus, julga pela intenção” (Urântia – Doc. 140: Seção 6).

Portanto, quando é dito para “não julgarmos”, isso se aplica apenas no quesito de não prever o valor de uma alma por aquilo que é aparente e não avaliar seu destino pós morte física (troca de roupa) tendo como base aquilo que é visível aos olhos humanos. Passou disso, boa coisa é que julguemos.

2. JULGAR: Julgar o semelhante, como somos orientados por diversos escritos, é tão somente avaliar/analisar aquilo que se mostra tanto para extrair um aprendizado, quanto para evitar males e transtornos. Desse modo, como foi dito no trecho do livro partilhado: “Deixar de julgar não significa deixar de ver o que as pessoas fazem”; até porque é observando o que as pessoas fazem que podemos detectar tanto coisas boas quanto más. Assim como através da observância podemos perceber se um indivíduo está ou não em sua sobriedade, lucidez, etc.; contudo, essa análise que fazemos, tanto com relação aos outros, quanto e maiormente acerca de si mesmo, não significa construir ou definir uma identidade, pois esta é imutável; coisa que o comportamento não é.

Portanto, boa coisa é que julguemos os outros e principalmente a si mesmos, mas não no sentido de estimar o valor de uma alma, presumir seu destino após a troca de roupa (morte física) ou construir/definir sua identidade a partir do que é aparente; mas sim no sentido de analisar, observar e avaliar as coisas, para que assim possamos tanto extrair aprendizados e ofertar auxílios, quanto evitar males e transtornos.

Falando um pouco sobre a questão de identidade e comportamento, de forma objetiva pode se dizer o seguinte:

👉 IDENTIDADE = EU SOU

👉 COMPORTAMENTO = O que/quem você quer ser.

A identidade de todas as pessoas é imutável, pois todos se enquadram no EU SOU. E o comportamento – que pode ser mutável – segue após a identidade.

Exemplo:

Fulano x diz: Eu sou um noia”. Ou então: Eu sou um pedófilo”. E ainda: Eu sou um mau pai”.

A identidade do elemento x não muda, porque o Eu sou se faz presente; o que complementa essa identidade é o comportamento dele que é mutável. E por que é mutável? Porque como qualquer ser ele pode mudar, seja para melhor ou pior.

Exemplo:

Fulano x diz: “Eu sou sóbrio”. Ou então: “Eu sou contido”. E ainda: “Eu sou um bom pai”.

Note que a identidade do elemento x não mudou, pois o Eu sou continua presente; porém, felizmente o comportamento dele mudou para melhor, pois foi trocado o noia pelo sóbrio, o pedófilo pelo contido e o mau pai pelo bom pai.

Jesus Cristo, quando manifestava Seu comportamento junto da identidade, revelou o Caráter Divino na Sua Poderosa evidência de Elevação do Bem, segue abaixo:

“O Mestre, durante o andamento dessa prece final com os Seus apóstolos, aludiu ao fato de que Ele tinha manifestado o nome do Pai para o mundo. E isso foi verdadeiramente o que Ele fez para a revelação de Deus, por meio da Sua vida perfeita na carne. O Pai no Céu havia procurado revelar-Se a Moisés, mas Ele não pôde ir mais longe do que fazer com que fosse dito: ‘EU SOU’. E, quando foi pedido que fizesse mais revelações de Si mesmo, ficou apenas revelado: ‘EU SOU AQUELE QUE SOU’. Mas, quando Jesus terminou Sua Vida na Terra, esse Nome do Pai havia sido revelado de um modo tal que o Mestre, que era o Pai encarnado, podia dizer em Verdade:
Eu Sou o Pão da Vida.
Eu Sou a Água Viva.
Eu Sou a Luz do mundo.
Eu Sou o Desejo de todos os tempos.
Eu Sou a Porta aberta para a Salvação Eterna.
Eu Sou a Realidade da vida perpétua.
Eu Sou o Bom Pastor.
Eu Sou o Caminho da Perfeição Divina.
Eu Sou a Ressurreição e a Vida.
Eu Sou o Segredo da sobrevivência eterna.
Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Eu Sou o Pai Infinito dos Meus filhos finitos.
Eu Sou a Verdadeira Videira; vós sois os ramos.
Eu Sou a Esperança de todos que conhecem a Verdade Viva.
Eu Sou a Ponte Viva de um mundo para outro.
Eu Sou o Elo Vivo entre o tempo e a eternidade.
Assim, Jesus ampliou para todas as gerações a revelação Viva do Nome de Deus. Do mesmo modo que o Amor Divino revela a Natureza de Deus, a Verdade Eterna desvela o Seu Nome em proporções crescentes.” (Urântia – Doc. 182: Seção 1).
O Pai dos espíritos, através de Seu Verbo encarnado (Cristo Jesus), tem como finalidade ensinar Seus filhos finitos a serem iguais a Ele. Em que sentido? No sentido da vivência dos Frutos do Espírito Sagrado, que são: serviço pleno de Amor, devoção não-egoísta, lealdade corajosa, equidade sincera, honestidade esclarecida, esperança imorredoura, confiança segura, ministração misericordiosa, bondade infalível, tolerância plena no perdão, paz duradoura, paciência, afabilidade, temperança, sobriedade, nobreza, humildade, longanimidade, domínio próprio, continência, etc. (vide Urântia – Doc. 193: Seção 2 / Gálatas 5:22). Por esse motivo as escrituras nos alertam a “ter o mesmo sentimento de Cristo Jesus” (Filipenses 2:5), pois o termo “sentimento” significa “ação de sentir, de perceber através dos sentidos, de ser sensível; conhecimento intuitivo sobre; consciência. Sinônimos: senso; entendimento; pensamento; sentido; percepção; sensação; caráter”.
Desse modo, o Progenitor tem como fito ensinar Sua vasta prole a ter comportamentos que dignifique/enobreça sua identidade que é imutável. Por essa razão, o Verbo Divino diz: “Em verdade, em verdade, digo-vos, que aquele que conquista o controle sobre o próprio ego é maior do que aquele que conquista uma cidade. A automestria é a medida da natureza moral do homem; é indicadora do seu desenvolvimento espiritual. Ao buscardes a perfeição no Amor do Pai, vos limpeis de todos os males da mente e do corpo” (Urântia – Doc. 143: Seção 2).
Enfim, mediante o conteúdo ofertado, claro está que nossa identidade é uma só, a saber: EU SOU. Mas o que vem depois disso? Como queremos complementar essa identidade? A escolha pertence a cada um de nós! Pois cada qual escolhe o que/quem quer ser.
Deus guie nossa mente sempre na Verdade 👉 Jesus Cristo.

💡 MENSAGEM REFLEXIVA 💡
Era uma vez uma família: pai, mãe e filhos.
O pai, ao acordar de manhã, antes de qualquer coisa lembrava no SER, dizendo sempre para si mesmo antes de começar sua jornada:
– Eu sou EU; sou ESPOSO; sou PAI. Nenhum pode sobressair ao outro.
O mesmo ritual fazia a mãe, visto que ela sempre dizia as seguintes palavras:
– Eu sou EU; sou ESPOSA; sou MÃE.
Após a oração que cada um fazia consigo mesmo, cada qual dava início na sua jornada cotidiana. E cada vez que se levantava alguma coisa para se intervir naquilo que ambos tinham conhecimento de SER, logo esta “coisa” era dissipada na mente.
Então, quando o EU de ambos argumentava: “Você tem que pensar em você”; rapidamente a consciência ESPOSO (A) se levantava e acrescentava: “Não se esqueça que você também é ESPOSO (A)”.
Quando o ESPOSO (A) queria sobressair a função de PAI/MÃE, era recapitulado: “Lembre-se que você também é PAI/MÃE”.
Assim, essa família seguiu sua jornada; transferindo aos filhos esse conhecimento para que eles nunca se esquecessem como é importante saber SER o que É.
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OBS 1: A fim de agregar mais conhecimento, sugiro a leitura das postagens abaixo:
















👉 O Evangelho 

👉 O Trabalho 

👉 A Estrada 





👉 A Mudança 



 OBS 2: Caso você tenha interesse, o seguinte link é o conteúdo desta postagem em formato PDF disponível para download e/ou impressão: O QUE OU QUEM VOCÊ É?.

 NOTA: Caso você queira repartir aprendizados ou falar a respeito do que leu, e não quiser fazer isso via comentários por algum motivo pessoal, mande uma mensagem no seguinte e-mail e, assim que possível, estarei respondendo enquanto estiver neste corpo: deencontrocomaverdadegenuina@yahoo.com